. Um par de sapatos - Parte...
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. A espera
(imagem tirada da net)
A chuva corre lá fora, rua abaixo, por entre pedras e piriscas de cigarro. Lava passeios, olhos tristes e almas cheias de culpas e medos. Leva também as pegadas dos meus sapatos altos, enquanto danço contigo, no meio da rua, uma valsa vianense, de roupa colada no corpo… entre beijos de mel e amor… como nos filmes. Entretanto vou voltando a mim, aterro neste lugar escondido entre quatro paredes, com a testa já fria do vidro da janela, de olhos postos na rua. E o pensamento que já ia tão longe… que nem folha de árvore na beira da estrada em dias de tempestade, como o de hoje. Sem ter dado conta já a chuva me tinha levado para bem longe daqui. Já andava outra vez nesse lugar, no país dos romances e das paixões embriagantes, que me dispersam e me roubam o tempo e o chão. Tempo que eu perco em viagens sem destino certo. Chão que eu não encontro cada vez que regresso. Preciso tirar umas férias desse lugar! Preciso passar uns tempos sem lá voltar…
Parecendo que não, estes dias até me fazem bem. Ajudam-me a tomar decisões.
(imagem tirada da net)
Ontem vi os teus amigos no mesmo café onde eu estava. Entraram os primeiros três ou quatro e depois, um a um, foram chegando os restantes, até encherem a mesa grande escondida lá no canto. Tinha acabado de pedir o meu gelado. Nenhum deles me viu. Quando dei conta estavam lá todos os do grupo do costume, menos tu. Estavas atrasado, ou irias ser apenas o último a chegar.
Não fiquei para saber se chegaste a aparecer. Acabei o meu gelado e saí, na esperança de não me cruzar contigo assim que pusesse as mãos na porta de vidro grosso do café. Não sei explicar ao certo porque acabei por me vir embora. Sei apenas que foi como se um alarme tivesse disparado na minha cabeça, deixando-me em piloto automático. Foi como uma sirene de bombeiros, activada por acidente, um som ensurdecedor que me deixou a funcionar apenas por instinto. Naquele momento, a única reacção possível era desligá-lo.
Já no caminho de casa, com a cabeça mais fria, lembrei a razão de me ter vindo embora mais cedo daquele lugar. Tinhas-me dito, nas últimas mensagens que trocámos, que ainda era demasiado cedo para nos vermos de novo. E foi essa a frase que ecoou na minha cabeça assim que percebi que podias entrar por aquela porta a qualquer momento. O certo é que também não estava preparada para tal. Não agora…
Hoje li um artigo no Diário de Coimbra que me tocou de uma forma especial, ao ponto de me fazer construir um e-mail (minimamente apelativo), tentando fazer chegar aos outros o mesmo sentimento de ternura e de desejo de justiça que me abraçou, quando li e vi a história deste rapaz, contada pelas mãos e voz "emprestadas" da mãe.
Pensei que ao divulgar aqui o pouco trabalho a que me dei, talvez pudesse ajudar a fazer um pouquinho mais por "meninos" como o Tiago.
Imaginarmo-nos sem aqueles que cuidam de nós já custa, quanto mais a um "menino" como o Tiago, que conhecerão mais à frente.
Existe já um projecto iniciado pela Associação de Famílias Solidárias com a Deficiência, para a construção de uma casa muito especial em Coimbra.
A Câmara Municipal de Coimbra já cedeu um terreno onde irá ser construída esta casa, para que estes "meninos" possam passar uns quantos dias por ano, com vista a se irem acostumando a estar uns tempos sem os pais e os pais sem eles.
Esta casinha foi pensada também para aqueles "meninos" que já têm os pais velhinhos sem grande força para cuidar deles, bem como para aqueles que já os perderam e não têm mesmo ninguém que olhe por eles.
Para ajudar neste maravilhoso projecto foram criados um livro, um CD e um DVD do "Cavalo Azul", compostos por histórias e filmes que agradarão a todos certamente, bem como por músicas de cantores conhecidos como Camané, André Sardet, Filipa Pais, Brigada Victor Jara, Alma de Coimbra, Manuel Freire, Inês Santos e
Sílvia Pinto, autora do hino deste projecto.
Todos eles ofereceram o seu "tijolo" para a construçãos desta casa.
Vale a pena "perder" (ou ganhar!) um pouquinho de tempo e passar por aqui para conhecer o Tiagolas e os seus amigos!
http://br.youtube.com/watch?v=1FEhEPqN64g
http://tiagolas.no.sapo.pt/
http://tiagoquintasmiranda.no.sapo.pt/
Não deixem de AJUDAR!!!
Não custa nada e sabe tão bem!!!
(imagem tirada da net)
E aqui estou eu, com a torre diante dos meus olhos, ícone de uma cidade onde o vento sussurra o verbo beijar aos ouvidos mais atentos. Aqui estou eu, sentada nesta varanda onde os sós vêm fingir-se acompanhados de si mesmos, onde os pares vêm saborear um beijo entre uma colher de gelado e a outra. E aqui estou eu, sem gelados nem beijos… fingindo que não me sinto só. Ao mesmo tempo tento habituar-me a estar assim…
Olho em volta e reparo que não sou a única numa mesa para dois com uma cadeira desocupada, não sou a única que finge esperar por quem não vem, ou simplesmente a fixar o olhar nas luzes amareladas desta cidade romântica, onde o romance se perdeu antes de chegar a esta mesa.
Olho o telemóvel pela décima vez. O visor permanece igual, com cinco minutos de diferença desde a última vez que olhei. Mas que espero eu que ele me diga? Que confirme que é sozinha que vou passar mais esta noite de um Verão quase apagado? Por vezes olho para ele e imagino-o como uma bola de cristal, capaz de me revelar a qualquer momento um final feliz, neste meu conto de fadas… Mas logo em seguida chamo-me tola. Sou uma tola que paira entre ilusões, realidades coloridas, e algumas sombras disfarçadas. Sou uma tola que ainda acredita que as coisas podem acontecer de repente, com um simples estalar de dedos, como nos filmes.
Estou cansada de melodramas, mas são a única coisa que me sai neste momento, são a única coisa que ainda alimenta a minha criatividade, se é que se pode chamar criativa, uma pessoa que debita vezes sem conta as mesmas histórias, jogando com as palavras, mudando apenas os cenários, mantendo sempre o mesmo personagem, padecente de um destino nem cruel nem benévolo, apelas inerte.
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