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(imagem tirada da net)
Estou com um nervoso miudinho de quem bebeu café. Mas eu não bebo café à noite porque normalmente acontece uma de duas coisas. Ou não durmo, por motivos óbvios, ou tenho uma noite recheada de pesadelos. No entanto, como quase tudo na vida, isto é de fases.
Houve tempos em que bebia café e dormia que nem uma pedra, viva subentenda-se. Não é que me esteja a auto nomear de “calhau”, se bem que às vezes fico na dúvida se o deva fazer perante alguns pensamentos que não consigo controlar. Adiante. Bons tempos em que a única coisa que me tirava o sono era a ansiedade de poder vir a estar contigo no dia seguinte. Mas nem mesmo isso era suficientemente forte para não me deixar dormir uma noite inteira, pois sabia que se dormisse o tempo passaria mais depressa. Hoje já não é bem assim. Nunca sei com antecedência quando vou estar contigo, e quando o fico a saber, nunca sei se hei-de esperar um encontro silenciosamente mágico ou silenciosamente estranho e constrangedor.
Já não é mais o silêncio que me atinge, mas o que está por detrás dele. Ou o que não está mas deveria estar. É aquilo que não passa através dele, que não tem passado. É o vazio interminável que flutua entre o teu pensamento contido e o meu pensamento perdido. Formam-se então dois pensamentos distantes. Se ao menos eles se encontrassem no meio desse silêncio. O pior é que já nem sei se tentas encontrar-me no meio, de tantas vezes que falhámos. Sim, falhámos. Nem eu falhei, nem tu falhaste. Ambos tentámos muitas vezes, por isso falhámos os dois. Mas agora está cada vez mais complicada a travessia. Começar simplesmente já é algo de muito complexo.
Estou com um nervoso miudinho como quem bebeu café. Mas é porque me ponho a pensar demais, no que sinto, no que tenho, e no que preciso. E percebo que nenhuma das coisas se harmoniza com as outras. O que quero… neste momento só consigo querer-te comigo, independentemente das condições, mesmo sabendo que poderás vir a estar de uma forma muito ausente, deixando-me apensa com a mera ilusão da tua presença. O que sinto? Lá no fundo que talvez tudo isto por que estamos a passar tenha um fundamento que eu ainda não percebi, que talvez tudo esteja a mudar, que talvez eu tenha mesmo de saber aceitar e receber o que estiver para acontecer, com coragem e entendimento, e alguma dor que não poderei evitar. Talvez depois disso surja, e eu consiga compreender, o que preciso.
(imagem tirada da net)
Hoje folheava um pequeno caderno onde por vezes começo por escrever uma série de coisas que depois não consigo terminar. Caderno esse que apenas me serve quando não tenho o computador por perto, ou quando simplesmente não me apetece sair do quarto para não ter de me cruzar subitamente com ninguém no corredor, para não terem de ver a minha cara. Folheava eu o meu caderno quando me deparo com uma frase que escrevi não há muito tempo, mais provavelmente há cerca de um ano, estimo eu pelo contexto, a única coisa que ainda me recordo. Dizia eu: “Cada vez mais me sinto distante de romances e paixões embriagantes. É bom sentir que resgatei um pouco de calma!” Tenho quase a certeza que foi pouco tempo depois de ter escrito isto que conheci o S. Curioso como a vida nos dá sempre o contrário do que achamos que devíamos ter. Ontem mesmo, antes de dormir, passei cerca de duas horas e meia da minha vida a ler mais umas dezenas de páginas de um livro delicioso que me acompanha há uns dias. E num desses capítulos a ideia fulcral era mesmo essa. A vida, Deus, as circunstâncias, o que lhe queiram chamar, há-de sempre encontrar uma forma de nos mostrar o quão pouco no conhecemos. Sempre que tomamos uma decisão grandiosa sobre o que precisamos de ser ou fazer, algo surge do nada que nos mostra exactamente o caminho oposto. E aqui estou eu, num momento impregnado de clichés de best-seller, a desejar a calma e paz de espírito que tinha quando escrevi aquela frase. Não sei se odeio a ironia mais do que a amo…
(imagem tiradada net)
Estava com muita vontade de escrever hoje, mas no meu interior, confuso como sempre, decorria uma pequena batalha. A escrita na minha vida é uma necessidade quase tão básica como comer, dormir, respirar... No entanto surge sempre com mais intensidade em momentos críticos, em que me sinto mais frágil, e porque não há por perto um ombro permanentemente disponível para nos amparar, secar as lágrimas, ouvir desabafos ou compreender as dores. Como tal, hoje duvidei da verdadeira origem desta vontade súbita de escrever. Senti-me estranha ao longo do dia, receosa de estar iminente mais um deslize das minhas emoções. O silêncio por vezes já vai ajudando a manter-me firme, mas como ainda não domino muito bem a arte de estar no silêncio, como de vez em quando ainda deixo emergir em mim alguns medos antigos, velhos hábitos, por vezes disperso-me da verdadeira dádiva que o silêncio nos pode dar. Aquilo que deve ser o caminho mais directo para o interior de nós mesmos, sempre foi para mim um “bicho papão”, um motivo de tensão e confusão. Apesar de tudo acho que já ultrapassei o mais difícil, já identifiquei o problema, as suas causas, e já comecei aos pouquinhos lidar com o meu “fantasma”. Pouco a pouco vou tornando o silêncio num aliado em vez de um inimigo. Apesar disso, é ainda no silêncio que algumas dessas pequenas batalhas surgem, esses pequenos nadas que começam a borbulhar cá dentro tornando-se cada vez maiores se lhes dermos de comer. Mas é também no silêncio que habita o nosso poder de escolher se lhes damos ou não mais comida. É no silêncio que melhor nos podemos ouvir (era precisamente isso que me assustava, o ter de me ouvir a mim, alguém tão mais habituada a falar e a pensar através do ouvir… os outros). A mente consegue ser muito traiçoeira e inconveniente para quem não está ainda totalmente confortável no silêncio. Talvez seja mais o ego quando se serve dela para nos confundir e fazer voltar aos velhos hábitos, àquilo que, de certo modo, é mais confortável pois já está enraizado. O ego serve-se do silêncio para virar a mente contra nós. Injecta permanentemente pensamentos que não precisamos, lembranças, dúvidas, coisas inúteis, quando o necessário é olhar em frente, descobrir caminhos, primeiro até nós e depois para o mundo.
E sem querer já me fartei de divagar… Estava com muita vontade de escrever hoje, afinal pelos motivos certos. Porque preciso, mas mais que isso, porque gosto.
(imagem tirada da net)
Desenganem-se os tolos (como eu por vezes) que acham que o mundo deve compreender os nossos dias maus, a nossa raiva momentânea que outros ou nós mesmos causámos. Desenganem-se se acham que os outros têm de compreender que não conseguimos ser simpáticos, atenciosos, cuidadosos e até mesmo justos no que dizemos ou fazemos.
Se pensarmos bem nem nós mesmos compreendemos os outros. Quantos de nós já nos perguntámos o que terá aquela vendedora X a pesar no pensamento para nos responder com tão pouca simpatia? Quantos de nós já pensámos para nós mesmos “deixa lá que esta pessoa hoje pode estar a ter um dia mau, tenho de dar um desconto”. Geralmente nem colocamos essa hipótese, de compreender. São raríssimas as pessoas que o fazem, e confesso, admiro-as muito por isso.
Não se iludam quando acharem que, por estarem a ter um dia com os “nervos em franja”, o mundo vai compreender e o cosmos vai conspirar para não piorar em nada a situação. Pelo contrário, tudo vai piorar a situação. É fatal como o destino (como me dizia alguém há uns anos atrás, se bem que já não sei quem… a minha memória é realmente uma desgraça). É precisamente em dias como esse que se perdem os autocarros, que acaba o papel na casa de banho, que se parte a loiça, que se entornam cafés para cima da roupa, que se carrega num interruptor e a lâmpada estoira… tal é a carga pesada que circula em nós nesses dias.
Em dias assim, o melhor mesmo é nem “aparecer ao público” (isto quem pode claro). Por isso, vou lavar e aspirar o carro… lol.
(imagem tirada da net)
O que é que eu faço com este frio que se apodera de mim ao longo dos dias? Até podem estar quarenta graus da rua, sob o sol abrasador, mas aqui dentro, aqui dentro de mim faz um frio de dor. Uma dor por vezes disfarçada pelos bons pensamentos a que me obrigo. Mas é uma dor que quando vem, acaba comigo.
Por vezes sinto que se foi, e aproveito a sua ausência para saborear bem os meus dias, porque sei que, mais cedo ou mais tarde ela volta. Conheço bem o jeito dela. Pode estar escondida dias inteiros, deixando-me na ilusão de estar livre. Mas no fundo espera apenas um momento de fraqueza, uma noite menos descansada e então volta.
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