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(fonte: https://encrypted-tbn1.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcSgS69m3QEV6-Errzzu8J2VScZB6BOKLitlZAg5AtYqF7zs4rsv)
Anoiteceu. E como todos os fins-de-semana passados com a casa cheia de miúdos a praguejas e a rir, peguei no mais pequeno ao colo, já adormecido no sofá, cansado de tanto brincar no jardim, e subi as escadas do casarão até um dos quartos de visitas. Adorava a casa cheia. Era demasiado espaço para não ser ocupado com gargalhadas juvenis. Pousei cuidadosamente o pequeno João na cama e pareceu-me vê-lo sorrir. A cabeça das crianças é um verdadeiro mistério, um mundo infinito de imaginação.
Entretanto, no sonho do João...
Cheguei ao final da rua onde finalmente se avistava uma pequena loja, meio que escondida num beco. Parecia um lugar velho e semiabandonado mas donde se vislumbravam alguns pontos de luz artificial através furos da cobertura interior do vidro. Olhei de novo para o papel confirmando o endereço. Parecia ser ali. Nada indicava que se tratasse de uma loja. Não havia sinalética e nem sequer o número da porta era bem visível. Aproximei-me e bati. Ninguém respondeu e quando bati de novo a porta pareceu ceder. Empurrei ligeiramente e chamei:
- Olá! Está alguém? Por favor! – Ninguém respondeu. Entrei. Havia uma espécie de balcão e uma série de prateleiras a toda a volta naquela pequena divisão, todas elas preenchidas de objectos que para uns não passariam de quinquilharia velha, mas que outros certamente veriam como verdadeiros tesouros. Era efetivamente aquele o lugar certo para começar procurar os sapatos do meu avô… Aqueles sapatos.
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