(imagem tiradada net)
Estava com muita vontade de escrever hoje, mas no meu interior, confuso como sempre, decorria uma pequena batalha. A escrita na minha vida é uma necessidade quase tão básica como comer, dormir, respirar... No entanto surge sempre com mais intensidade em momentos críticos, em que me sinto mais frágil, e porque não há por perto um ombro permanentemente disponível para nos amparar, secar as lágrimas, ouvir desabafos ou compreender as dores. Como tal, hoje duvidei da verdadeira origem desta vontade súbita de escrever. Senti-me estranha ao longo do dia, receosa de estar iminente mais um deslize das minhas emoções. O silêncio por vezes já vai ajudando a manter-me firme, mas como ainda não domino muito bem a arte de estar no silêncio, como de vez em quando ainda deixo emergir em mim alguns medos antigos, velhos hábitos, por vezes disperso-me da verdadeira dádiva que o silêncio nos pode dar. Aquilo que deve ser o caminho mais directo para o interior de nós mesmos, sempre foi para mim um “bicho papão”, um motivo de tensão e confusão. Apesar de tudo acho que já ultrapassei o mais difícil, já identifiquei o problema, as suas causas, e já comecei aos pouquinhos lidar com o meu “fantasma”. Pouco a pouco vou tornando o silêncio num aliado em vez de um inimigo. Apesar disso, é ainda no silêncio que algumas dessas pequenas batalhas surgem, esses pequenos nadas que começam a borbulhar cá dentro tornando-se cada vez maiores se lhes dermos de comer. Mas é também no silêncio que habita o nosso poder de escolher se lhes damos ou não mais comida. É no silêncio que melhor nos podemos ouvir (era precisamente isso que me assustava, o ter de me ouvir a mim, alguém tão mais habituada a falar e a pensar através do ouvir… os outros). A mente consegue ser muito traiçoeira e inconveniente para quem não está ainda totalmente confortável no silêncio. Talvez seja mais o ego quando se serve dela para nos confundir e fazer voltar aos velhos hábitos, àquilo que, de certo modo, é mais confortável pois já está enraizado. O ego serve-se do silêncio para virar a mente contra nós. Injecta permanentemente pensamentos que não precisamos, lembranças, dúvidas, coisas inúteis, quando o necessário é olhar em frente, descobrir caminhos, primeiro até nós e depois para o mundo.
E sem querer já me fartei de divagar… Estava com muita vontade de escrever hoje, afinal pelos motivos certos. Porque preciso, mas mais que isso, porque gosto.
(imagem tirada da net)
Por todas as escolhas que fazemos, das quais não nos devemos arrepender jamais, porque embora possamos mudar de perspectivas e, quem sabe, se fosse hoje decidiríamos de forma diferente, naquele momento foi certamente a melhor escolha. As escolhas são tomadas de acordo com o que somos num determinado momento (pelo menos para aqueles que não se deixam guiar pelas ideias dos outros), e só por isso, já são escolhas acertadas.
Se algum dia olhares para trás e achares que se fosse hoje não farias o mesmo, é sinal que mudaste... possivelmente evoluíste como pessoa, e muito provavelmente essa decisão foi a nascente de mais um passo evolutivo. Por isso não te arrependas só porque as coisas não seguiram o rumo que esperavas, agradece por teres tido oportunidade de escolher e crescer com a escolha, é para isso que serve o livre arbítrio.
Vale a pena ouvir:
(imagem tirada da net)
A nossa verdade só começa quando cessamos o domínio da verdade dos outros sobre nós. Não é mau por vezes assumirmos a verdade de alguém como sendo também a nossa. É no entanto perigoso quando, na ausência constante de verdade própria, cometemos o deslize de usurpar a verdade alheia e tomá-la como nossa.
Tenho vindo a percorrer um longo caminho de auto-descoberta, onde começo a reconhecer a minha verdade. Onde começo a encaixar-me no mundo, não por ir por onde os outros vão, mas porque sei e escolho por mim por onde quero, posso e preciso caminhar.
Sei que nem todos verão esta transformação como algo agradável para si. Muito provavelmente já começaram a sentir a mudança. Sentirão que muito do que nos ligava se sustentava no “ir por onde vais”, e não serão capazes de fazer valer o restante, apesar de não ser tanto. Não saberão alimentar esse pouco a fim de o tornar muito mais. Não saberão ajustar-se a uma nova verdade com tanto direito de existir como a sua. Não saberão entender que uma outra verdade não é necessariamente uma ameaça. Não saberão ver a riqueza que se cria quando duas verdades se combinam. Então combatem-na. Como não conseguem lidar com ela, muito menos anulá-la, distanciam-se.
Existem duas formas de anular uma verdade. A primeira é pela ignorância. A outra é pelo conflito, pelo duelo de verdades, tentar que uma prevaleça sobre a outra. Mas como isso já não é mais possível, a única forma de as duas verdades subsistirem é pela distância, como dois ímanes, que não estando correctamente posicionados, em vez de se atrair, se repelem.
(imagem tirada da net)
Pedaços de mim…
Pedaços que me faltam, vazios dormentes que me impedem de ser eu por inteiro. São tantas as páginas do meu livro marcadas à espera de serem lidas, que me perco sem saber qual delas ler primeiro. Porque me perco querendo chegar ao fim da história deixando por ler partes importantes. Esqueço-me que alguém outrora as numerou, talvez sabendo que pessoas como eu se poderiam perder, alguém que como um anjo guardião antecipa a nossa angústia e deixa de antemão traçado um caminho, que depois escolhemos ou não seguir.
Sinto-me incompleta. Sinto que me afastei demais de algo que era importante para mim, julgando estar a fazer a escolha mais certa. Agora não sei mais o que é ou o que significa, pois está distante como a lua, no espaço e no tempo. E essa dúvida que ajudei a criar, a única coisa que me traz é mais dúvida, como um dominó que se desmancha, caindo peça atrás de peça.
Não quero mais essas dúvidas a pesar nas minhas escolhas. Quero descobrir a ordem certa dessas páginas por ler e cuidar de ler uma por uma, até o livro estar completo e eu me sentir liberta de novo. Então ser capaz de encontrar sem procurar aquilo que outros procuram sem encontrar.
(imagem tirada da net)
Voltaste a sair por essa porta sem data definida para voltar…
Tenho sonhos intercalados… que vou sonhando nas noites que passo com metade da cama deserta…
Numas noites sonho que um dia voltas… chegas passadas muitas semanas. Semanas que sinto como anos, que me envelhecem a cara e o corpo por não te sentir perto, alimentando a minha pele… Chegas de soslaio, em passos surdos. Dois ou três dias antes da tua volta, fui recebendo várias cartas, uma por cada dia. Nelas tu ias descrevendo o caminho que foste obrigado a percorrer desde o dia que nos olhámos pela última vez. Por onde andaste, aquilo que te levou a partir, os teus medos, as tuas escolhas, as tuas vitórias… e o que fez com que voltasses. Tudo tu registaste. A última porém, sem endereço de partida, aliás, como todas as outras, trazia um sabor diferente. Nela estava tudo o que eu gostaria de ouvir da tua boca. Dizias estar disposto a lutar… por mim. A aceitar que me queres por perto, independentemente de para onde o vento decidisse soprar a nossa vela. Estavas disposto a ser corajoso. E é isso que me dizes no sonho, olhando-me, depois de tanto tempo longe, depois dessa tua volta com tanto de suave como de inesperada.
Noutras noites sonho que se passam semanas, meses… até que percebo que tu não voltas. Tu, que nunca lutaste por mim. Também nunca te fui propriamente difícil. Sempre gostei mais de ti do que (talvez) devia. Sempre gostei mais do que se calhar tu precisaste, e por isso nunca fui peça que fizesse muita falta no teu puzzle. Sem saber ao certo se por medo de uma espera interminável, se de um dia me reencontrar contigo, como já aconteceu em tempos, e não te encontrar sozinho, viro a página… encerro o capítulo! Começo outro… Para que, mesmo que um dia te veja por aí, pelo menos estou certa que não coloquei nos teus ombros qualquer peso de responsabilidade pela melancolia da minha espera. És livre. Não te julgo, pois os caminhos que escolhes são só teus. Nunca fiz parte de ti o suficiente para poder tomar parte nas tuas escolhas, para me sentir incluída na tua vida a esse nível. Não digo isto porque me sinta magoada, digo apenas como alguém que faz por discernir o lógico, de coração aberto e uma energia pronta a renovar-se.
O que vale, é que sonhos… são apenas sonhos…
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