. O tempo
. Uma aranha e um fio de se...
. Dois sonhos, dois destino...
. Eu só quis que soubesses ...
(imagem tirada da net)
Faz já algum tempo que consigo manter-te distante do meu pensamento, mas hoje reapareceste por momentos na minha cabeça, por mero acaso... ou talvez não. Dou conta que, com o tempo, algumas coisa têm vindo a mudar, neste entretanto, neste tempo em que fazemos de conta que não existimos um para o outro, embora tenhamos a noção de que isso não é verdade.
Algo já mudou em mim, algo aqui dentro do meu peito, ainda que não consiga defini-lo, mas sinto-o. É como se um filtro se entrepusesse entre mim e algumas lembranças, e tudo o que elas me faziam sentir, e alterasse todas as imagens e sensações. Consigo entender porque achas demasiado cedo para nos vermos de novo. Ainda há muita coisa a mudar. Sei que em ti tudo acontece mais rápido, consegues mudar as tuas perspectivas muito antes de mim. Desta vez não deve ter sido diferente. Mas ainda há muito a mudar.
Por norma, estas metamorfoses ocorrem por força de circunstâncias, das quais perdemos o controlo ou como efeito secundário, no rescaldo de uma qualquer relação fracassada. Mas neste caso é precisamente o inverso. Esta é uma mudança que tu calculaste, escolheste, precisamente para evitar mais um fracasso, e como se de um remédio se tratasse, assim tu esperas o seu efeito, a tua cura.
Por agora nada mais sei sobre o desfecho desta história. Resta-me continuar a esperar pelo que tiver de ser, pelo que falta mudar… até poder escrever sobre isto outra vez…
(imagem tirada da net)
O tempo confunde-me. Umas vezes é tão pouco e parece tanto, outras é tanto e parece que não chega.
É tão pouco para sorrir quando estás com quem te faz sentir bem.
É tão pouco quando estás de passagem num lugar onde nunca foste.
É tão pouco para viver tudo o que sonhas.
É tão pouco para sentir um pouco mais o que te dá prazer.
É tão pouco para descansar entre uma dor e a outra.
É tão pouco para esquecer alguém que nos magoou.
É tão pouco para cheirar mais uma flor, para dar mais um beijo, para secar mais uma lágrima.
Mas é demais quando a luta ainda nem vai a meio.
É demais para esperar por alguém que não se sabe se volta.
É demais para percorrer uma estrada, atravessar um oceano, sobrevoar o céu… e chegar ao destino.
É demais quando alguém te aponta o dedo, te julga erradamente.
É demais quando tens sede e não tens água por perto.
É demais quando estás longe de casa e aquela saudade aperta.
É demais quando não fazes o que gostas.
É demais quando se está doente.
O tempo é amigo, conselheiro, professor e médico.
É sonho sonhado ou realizado.
É história escrita ou por escrever.
É vida vivida e vida a nascer.
(imagem tirada da net)
Imaginemos uma aranha, suspensa por um único fio de seda algures num lugar muito ventoso. Essa aranha está um tanto à deriva, sem saber bem o que fazer com o tal fio que a segura. Não sabe se há-de usá-lo para construir a sua teia, ou se deve largá-lo e ir tecer outra teia num lugar mais calmo. Ela ainda não decifrou se esse fio de seda, que a tem mantido ligada àquele lugar, é o primeiro fio de uma teia, de um projecto incompleto, ou o último de um projecto que não teve “patas” para andar.
Por um lado, tentar construir uma teia num lugar onde o vento é tão instável, poderia vir a ser uma vantagem no que toca a conseguir alimento. Certamente muita bicharada desgovernada cairia na sua teia. No entanto, tal construção implicaria demasiado esforço e sacrifício, e provavelmente chegaria ao fim do dia sem conseguiria saborear devidamente “o prato”.
Por outro lado, optar por tecer uma teia num lugar mais calmo poderia nem proporcionar tanto alimento, mas certamente seria uma teia mais segura de construir, menos susceptível a quedas e fios quebrados. No final do dia não teria desperdiçado energia e por sua vez a necessidade de a repor seria mínima. Nem precisaria de muito alimento e sobraria muito mais tempo para apreciar a refeição.
Contudo, temos de admitir que por vezes os cenários mudam. Uma pequena brisa pode muito bem ser o começo de um tornado, e um vendaval pode ser apenas passageiro e logo a calmaria se instala…
(imagem tirada da net)
Voltaste a sair por essa porta sem data definida para voltar…
Tenho sonhos intercalados… que vou sonhando nas noites que passo com metade da cama deserta…
Numas noites sonho que um dia voltas… chegas passadas muitas semanas. Semanas que sinto como anos, que me envelhecem a cara e o corpo por não te sentir perto, alimentando a minha pele… Chegas de soslaio, em passos surdos. Dois ou três dias antes da tua volta, fui recebendo várias cartas, uma por cada dia. Nelas tu ias descrevendo o caminho que foste obrigado a percorrer desde o dia que nos olhámos pela última vez. Por onde andaste, aquilo que te levou a partir, os teus medos, as tuas escolhas, as tuas vitórias… e o que fez com que voltasses. Tudo tu registaste. A última porém, sem endereço de partida, aliás, como todas as outras, trazia um sabor diferente. Nela estava tudo o que eu gostaria de ouvir da tua boca. Dizias estar disposto a lutar… por mim. A aceitar que me queres por perto, independentemente de para onde o vento decidisse soprar a nossa vela. Estavas disposto a ser corajoso. E é isso que me dizes no sonho, olhando-me, depois de tanto tempo longe, depois dessa tua volta com tanto de suave como de inesperada.
Noutras noites sonho que se passam semanas, meses… até que percebo que tu não voltas. Tu, que nunca lutaste por mim. Também nunca te fui propriamente difícil. Sempre gostei mais de ti do que (talvez) devia. Sempre gostei mais do que se calhar tu precisaste, e por isso nunca fui peça que fizesse muita falta no teu puzzle. Sem saber ao certo se por medo de uma espera interminável, se de um dia me reencontrar contigo, como já aconteceu em tempos, e não te encontrar sozinho, viro a página… encerro o capítulo! Começo outro… Para que, mesmo que um dia te veja por aí, pelo menos estou certa que não coloquei nos teus ombros qualquer peso de responsabilidade pela melancolia da minha espera. És livre. Não te julgo, pois os caminhos que escolhes são só teus. Nunca fiz parte de ti o suficiente para poder tomar parte nas tuas escolhas, para me sentir incluída na tua vida a esse nível. Não digo isto porque me sinta magoada, digo apenas como alguém que faz por discernir o lógico, de coração aberto e uma energia pronta a renovar-se.
O que vale, é que sonhos… são apenas sonhos…
(imagem tirada da net)
Quero deixar a marca do que és para mim, do que quero guardar sempre de ti. Quero deixar escrito porque as palavras eternizam o que a memória pode esquecer. O tempo e as circunstâncias podem não estar a nosso favor, agora. Mas eu já te escolhi para morar no meu peito. Como uma galáxia que por algum motivo atrai a outra, e traça de antemão o desenho a que alguns chamam destino, fomos atraídos um para o outro ainda antes de o sabermos. Então chocámos. Chocámos porque assim já estava escrito, traçado. Sinto-o.
Sei que as minhas palavras não serão retrato fiel do que guardarei em mim. Sei apenas que é grande, que é luminoso, generoso. Sei apenas que és tu. Sei que está selado, lacrado, cimentado em mim. São emoções que desenham uma alma maior, que resgatam em mim aquilo que trago da eternidade, aquilo que trago da origem de mim mesma. O meu Eu mais nobre, mais puro.
Não vai ser o tempo nem o espaço que vão mudar o que já esta marcado, tatuado. Não vai ser o mundo a escrever aquilo que só nós podemos. E se não pode ser agora, se não tem de ser agora, saberei esperar. E mesmo se não tiver mais de ser, saberei aceitar. Mas se o que está traçado é que a tua vida e a minha se cruzem, por motivos que só o Universo saberá, no tempo e no espaço que for preciso, estou certa que o meu Eu saberá reconhecer.
Tudo o que temos pode parecer pouco, pequenos pedaços de céu que fomos fazendo. Doces momentos. Suaves, intensos, profundos. Mas quando somados são tanto, são tudo… São tudo porque quando aconteceram tudo o resto ficou pequeno, parecido com nada.
Seremos sempre como um arco-íris. Percorremos todas as cores. Juntamos umas, criamos outras… mas é no céu que alcançamos a plenitude e a força, no céu que se cria quando tudo parece estar distante, e no aqui e agora restamos apenas nós…
P.S.: Não há pontos finais em histórias inacabadas…
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